quinta-feira

Roseira, botão de gente... ao meu PAI !!!

Roseira, botão de gente...

A força
Que eu tive no momento
Tecendo o teu corpo
A primeira vez
Está agora no teu ventre
Em movimento
No filho que a gente fez
.
Depois irá pouco a pouco
Ficando maior
Por dentro de ti
E o teu corpo me segreda
Quando o toco
Que o meu filho está ali
.
Eu fui a semente
Tu és o canteiro
Dum cravo de carne
Que tem o meu cheiro
Eu fui o arado
Tu és a seara
Seara de trigo sem fim
Seara lavrada por mim
.
O que um homem sente
Quando a companheira
Dá flor no presente
Para a vida inteira
É como como se o sangue fosse uma fogueira
Roseira, botão de gente
Rosa da minha roseira
.
A vida que tece outra vida
É vida parida
É vida maior
Tens agora a palpitar
A minha vida
No teu ventre, meu amor
.
Depois
O sangue dos dois
Será vida nova
Será uma flor
Flor de carne a despontar na primavera
Do teu ventre, meu amor
*
José Carlos Ary dos santos
*
Já vai longe o tempo em que te perdi, mas esquecer-te como o Grande Homem que foste é impossível, tudo que me ensinaste, tudo o que sofreste nas tuas lutas contra os Vampiros desta terra, fizeram de mim um Homem. Acredito que vais gostar deste poema que escolhi para ti. Um beijo de amor do filho que não te esquece, e que continua fiel á tua mensagem "Filho eu sou o que sou, tu decidirás, o que queres ser". Obrigado por essa mensagem, que só por si define o Grande Homem que foste, só me resta agradecer-te por teres sido MEU PAI.