Olá!
Este é o meu dia de quase-natal.
Últimas prendas compradas.
Banho de confusão já tomado.
Frigorifico cheio, garrafeira renovada.
Tempo de começar a pensar em enviar os votos de Boas Festas digitais.
Procurar uma imagem que se adeqúe.
Juntar os endereços dos amigos, dos familiares...
E depois … ficar a olhar o monitor sem saber o que escrever.
Boas Festas…
Feliz Natal…
Muitas prendinhas …
Tudo repetidamente escrito e repetidamente apagado.
Igual.
Batido.
Onde estou eu no meio dessas frases que todos escrevem?
Que posso eu escrever que efectivamente me saia da alma?
Os desejos de felicidades e de coisas boas são sinceros, mas não são desejos natalícios, são desejos de todos os momentos.
Assim acho eu que devem ser!
Não sinto a necessidade desta época.
As prendas vão sendo dadas ao longo do ano, em função das necessidades e do gosto do gesto, de tal forma, que nesta altura é quase preciso inventar...
O prazer em receber (e dar) uma prenda cedeu lugar a um consumismo exagerado, são tantas as coisas que quase nenhuma é devidamente apreciada.
É apenas uma sequência de pacotes a desembrulhar, uns atrás dos outros.
Mas não adianta ficar com saudades do tempo em que o Natal era para mim uma época especial, esperada com ansiedade.
Esse tempo não voltará porque não foi ele que fundamentalmente mudou, mas sim eu.
Não voltarei a ser criança facilmente satisfeita com um brinquedo.
Hoje, o que mais gostaria de receber, não consegue ser comprado em lojas, nem embrulhado em papéis alegres e coloridos.
O que eu gostaria de receber não é diferente, em essência, do que cada um de vós gostaria também de receber; um frasquinho de algo a que se convencionou chamar “felicidade”, algo tão intangível e ténue que muitas vezes, mesmo quando se possuem umas gotas, as mesmas não são reconhecidas como tal.
Por isso, o meu desejo é de que cada um de vós consiga sempre reconhecer os pingos de felicidade que possui, que os aprecie, e que os cuide porque são de um líquido facilmente volátil.
FERNANDO MÓNICA
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