domingo

Feliz Ano Novo! - Happy New Year!


As expectativas e os sentimentos que marcam o início do Ano de 2007, são geralmente as melhores. No entanto mais do que nunca precisamos de estar unidos no sentido de valorizar a existência humana e de lutar por um mundo mais digno, justo e feliz, onde o diálogo e o entendimento sejam possíveis, apesar de todas as nossas diferenças.
Que no Ano de 2007 todos nós possamos construir uma realidade mais justa, mais humana e mais fraterna.

sexta-feira

Votos de UM BOM NATAL


PAI é do Pinga, lembras-te ?

QUE SAUDADES EU TENHO DO TEU PAI
QUANTAS VEZES SENTEI-ME A SEU LADO E OUVIA GRANDES CONSELHOS QUE ELE ME DAVA, HOJE SE TENHO UMA SITUAÇÃO ESTÁVEL MUITO AGRADEÇO AO MEU AMIGO JOSÉ DAVID, HOMEM PROFUNDAMENTE HUMANO QUE POR VEZES QUANDO EU CHEGAVA A NOITE DA ESCOLA ME DAVA INCENTIVO PARA CONTINUAR A TRILHAR O CAMINHO CERTO EM VEZ DE PASSAR O TEMPO NO VELHINHO CAFÉ DO ESTEVES A JOGAR BILHAR E POR VEZES ENTRAR EM CONVERSAS FÚTEIS SEM NEXO E SEM CONTRAPARTIDA PARA UM FUTURO MELHOR ...QUE SAUDADES AMIGO DAVID.HOMEM DE ESPIRITO DEDICOU SEMPRE A VIDA AOS SEUS IDEAIS, HOMEM EQUILIBRADO COM IDEIAS BONITAS, HOMEM DE CARACTER EM QUE OS VALORES QUE INFELIZMENTE NOS DIAS DE HOJE VÃO ESCASSEANDO, ELE CONSERVAVA E FAZIA DOS MESMOS A SUA BANDEIRA...BEM HAJA ONDE ESTIVER SÓ PODE SER NO CEU "PARECE-ME AINDA HOJE ESCUTAR AS SUAS PALAVRAS" PINGA ESTUDA PARA QUE NO FUTURO A REALIDADE DO PRESENTE SEJA PARA TI UMA GRATA RECORDAÇÃO DO PASSADO ...E HAS-DE SER RECOMPENSADO POR ESTE SACRIFICIO.
...OBRIGADO AMIGO DAVID

Do meu Amigo PINGA

DAVID:

Estou-te a escrever este mail depois de passar uma horas na nossa Venda Nova e reconheço que começam a escassear certos valores que sempre nos acompanharam que foram precisamente apagados lentamente á medida que o tempo passa.

Assim, as pessoas do nosso tempo começam a ficar tão inconformadas, que começam a detestar o que têm, choram o que tiveram, receião o que terão ….…..e esquecem-se de viver.

Neste sentido,julgo que se passarmos por vezes o tempo a criticar os erros de um passado recente , corremos o risco de perdermos também o futuro.

É precisamente o que é sentido nos dias de hoje pela nossa malta , embora eu esqueça as preocupações de ontem, e pense no amanha com esperança, até porque cada um de nós tem a sua vida com os seus desertos para atravessar, e é preciso MUITA AMIZADE , para reencontrar coragem para viver bem, com a confiança para acolher serenamente os poucos anos que nos faltam, com a dignidade que é apanágio da nossa gente.

Nesta ida a Venda Nova juntamente com a nossa malta o assunto da amizade foi debatido, e chegou-se a uma das conclusões que foi, lembrar-nos do nosso antigamente porque a malta de hoje começa a não conhecer esse precioso valor.

Eu por exemplo, descobri na amizade valores que por vezes ignorava e senti nascerem dentro de mim o empenho a alegria e serenidade de viver com os outros …..hoje, já não é assim tudo aparece por obra e graças do Espírito Santo e já não é

Necessário espírito de sacrifício …o .que nos fazia felizes quando conseguíamos alcançar certos objectivos…, por vezes a vida exige-nos sempre uma tensão, um esforço, por vezes as facilidades de hoje gera a negligencia ao contrario do nosso tempo eram as dificuldades, os obstáculos e privações que conjuntamente com a amizade, bons ambientes de trabalho , etc suscitavam grande dinamisno nos nossos espíritos….não é verdade Alberto David...o que nós passamos a estudar á noite, as grande caminhadas que fazíamos, etc etc e hoje como é ?

Houve um dia alguém que me disse para sempre na vida aceitar humildemente os nossos limites e as criticas, sem diminuirmos o entusiasmo no nosso caminho, fazer da AMIZADE um acto contínuo de dar e receber para uma realização plena, só que hoje o orgulho é tão grande que as pessoas não olham alem do seu próprio mundo num sinal de egoísmo quase primário. Para mim

Continuo com aquela máxima “ a amizade e um sorriso é menos caro que a electricidade, e dá mais luz “

Estas linhas querem igualmente dizer o quê ? que a amizade é como os títulos honoríficos, quanto mais velha mais preciosa.

E nós tivemos o prazer de sentir a amizade com a nossa malta da Venda Nova, por isso direi eternamente FOMOS MUITO FELIZES NA VENDA NOVA ……………………….BONS TEMPOS

DO TEU AMIGO CERTO

Fernando Mónica ( Pinga )

Do meu Grande Amigo

Olá!

Este é o meu dia de quase-natal.
Últimas prendas compradas.
Banho de confusão já tomado.
Frigorifico cheio, garrafeira renovada.
Tempo de começar a pensar em enviar os votos de Boas Festas digitais.
Procurar uma imagem que se adeqúe.
Juntar os endereços dos amigos, dos familiares...
E depois … ficar a olhar o monitor sem saber o que escrever.
Boas Festas…
Feliz Natal…
Muitas prendinhas …
Tudo repetidamente escrito e repetidamente apagado.
Igual.
Batido.
Onde estou eu no meio dessas frases que todos escrevem?
Que posso eu escrever que efectivamente me saia da alma?
Os desejos de felicidades e de coisas boas são sinceros, mas não são desejos natalícios, são desejos de todos os momentos.
Assim acho eu que devem ser!
Não sinto a necessidade desta época.
As prendas vão sendo dadas ao longo do ano, em função das necessidades e do gosto do gesto, de tal forma, que nesta altura é quase preciso inventar...
O prazer em receber (e dar) uma prenda cedeu lugar a um consumismo exagerado, são tantas as coisas que quase nenhuma é devidamente apreciada.
É apenas uma sequência de pacotes a desembrulhar, uns atrás dos outros.
Mas não adianta ficar com saudades do tempo em que o Natal era para mim uma época especial, esperada com ansiedade.
Esse tempo não voltará porque não foi ele que fundamentalmente mudou, mas sim eu.
Não voltarei a ser criança facilmente satisfeita com um brinquedo.
Hoje, o que mais gostaria de receber, não consegue ser comprado em lojas, nem embrulhado em papéis alegres e coloridos.
O que eu gostaria de receber não é diferente, em essência, do que cada um de vós gostaria também de receber; um frasquinho de algo a que se convencionou chamar “felicidade”, algo tão intangível e ténue que muitas vezes, mesmo quando se possuem umas gotas, as mesmas não são reconhecidas como tal.
Por isso, o meu desejo é de que cada um de vós consiga sempre reconhecer os pingos de felicidade que possui, que os aprecie, e que os cuide porque são de um líquido facilmente volátil.

FERNANDO MÓNICA

segunda-feira

O Caçador de Brumas


Editado pela editora Setecaminhos.É um livro que relata avida na região dos Luenas em Angola, Ides gostar muito. O autor era na altura Capitão de Cavalaria da CCav1537 do Bcav1883, tive o prazer de com ele ter convivido, hoje está no lote dos meus amigos.
Escreve sob o pseudónimo de Bernardino Louro em homenagem ao seu avô.
Recomendo a sua leitura, simples e suave, por vezes eternecedora quando fala das gentes de Angola, é o primeiro livro de três. Encontra-se à venda em qualquer livraria e o seu custo é de 15 euros.

sábado

E já lá vão trinta anos !!!


É verdade, já lá vão trinta anos, parece que foi ontem que nasceste, lembro-me como se fosse hoje, saimos da casa da tua avó Gabriela por volta das 4h da manhã a caminho da Associação dos Empregados do Comércio, na Mouraria, passei por todos os buracos que existiam na altura na Almirante Reis, a brincar dizia á tua mãe que era a maneira de ela ter um parto normal como ela gostaria, já que a Rita tinha sido um parto com uma cesariana, às 8:30 nasceste, da maneira como a mãe sempre desejou, de um parto normal, pesavas tinhas 3,600kgs e tinhas 55cms de comprimento.
Não eras um bébé bonito, eras comprida e toda cheia de peles, disse para a tua avó que eras bastante "feiota", isto quando nasceste, ao final do dia já não parecias a mesma, nem te conheci, tive que confirmar com a tua avó se eras mesmo tu, estavas toda boneca, e assim têm sido durante este tempo todo, cada dia que passa estás mais bonita, não só na figura mas em tudo, não são palavras de um pai babado, são palavras de um amigo que gosta muito de ti, que outra coisa mais posso dizer do que agradecer-te por teres nascido, não me esqueço da Rita, mas hoje, o dia é teu.

sexta-feira

Jacques Brel - Quitte chezmimi

http://www.youtube.com/watch?v=6tw2Gym7aSA

domingo

Dentes precisam-se !!!

Hoje a disposição para contar histórias é zero, por isso aqui ficam estas prendas

sexta-feira

Casamento da Rita e do Rui



Pois o 5 de Outubro, entrou na história da familia, a Rita casou com o Vazelinas, e já lá vão quatro anecos !!!

Para quem não saiba o Rui o meu genro é um grande Benfiquista, como tal não pode com o Sporting, mas teve azar o sogro é leão

Votos de Felicidades, e que pensem seriamente em fazer crescer a população.

Revolução 5 Outubro de 1910

Revolução Republicana

"Lisboa amanheceu hoje ao som do troar da artilharia. Proclamada por importantes forças do exército, por toda a armada e auxiliada pelo concurso popular, a República tem hoje o seu primeiro dia de História. A marcha dos acontecimentos, até à hora em que escrevemos, permite alimentar toda a esperança de um definido triunfo [...] não se faz ideia do entusiasmo que corre na cidade. O povo está verdadeiramente louco de satisfação. Pode dizer-se que toda a população de Lisboa está na rua vitoriando a República.”

(Jornal O Mundo de 5 de Outubro de 1910)

"O Governo Provisório da República Portuguesa saúda as forças de terra e mar, que com o povo instituiu a República para felicidade da Pátria. Confio no patriotismo de todos. E porque a República para todos é feita, espero que os oficiais do Exército e da armada que não tomaram parte no movimento se apresentem no Quartel-general, a garantir por sua honra a mais absoluta lealdade ao novo regime."
[Edital da Proclamação da República (Teófilo Braga), Lisboa, 5 de Outubro de 1910]
"Hoje, 5 de Outubro de 1910, às 11 horas da manhã, foi proclamada a República em Portugal na Sala Nobre do Município de Lisboa, depois de ter terminado o movimento da revolução nacional. Constituiu-se imediatamente o Governo Provisório sob a Presidência do Dr. Teófilo Braga.”
(Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910)

quarta-feira

O 5 de Outubro

O 5 de Outubro era o dia mais feliz do meu saudoso Pai.

Republicano dos sete costados, lutador indomável, que dedicou toda a sua vida aos ideais da República, preso vezes sem conta, correu quase todas as prisões políticas do antigo regime das quais algumas vezes se evadiu com outros presos políticos, conheceu como não podia deixar de ser a amargura da deportação para terras de África.


No dia 5 de Outubro era certo e sabido que a minha querida mãe recebia uma prenda e quando nascia a madrugada estalavam os primeiros foguetes, lançados pelo José David, depois a história repetia-se, fugia para o mais longe possível pois a Pide não tardaria a procura-lo. Ao almoço a minha mãe esmerava-se como sempre, o bacalhau e o leite creme faziam sempre parte da ementa, só que nunca sabíamos se o convidado principal vinha almoçar… tempos difíceis, mas ao mesmo tempo belos, os Homens lutavam pelos seus ideais.

Foi também o 5 de Outubro uma data escolhida para fazer história na nossa família. Foi o dia em que a Rita, a minha filha mais velha casou, faz precisamente quatro anos. Foi uma maneira carinhosa e bonita de homenagear o Avô, a outra mais nova que melhor homenagem pode ter, do que continuar a adorar e a lembrar-se do seu querido Avô.

terça-feira

A primeira Bofetada

A primeira bofetada, lembro-me como se fosse hoje, ainda quando entro na sala que recriei com os móveis dos meus pais, está presente e estará sempre presente, nunca o esquecerei.
Encontrava-se o meu pai preso na cadeia do Aljube, para quem não se lembre ou que nunca soube, a cadeia do Aljube, perto da Sé, onde agora funciona o Instituto de Reinserção Social, permaneciam os presos políticos que estavam a ser interrogados na sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso.O Aljube era pois uma prisão destinada aos presos politicos, ou seja quem não era a favor do regime era preso pela policia politica do regime, a Pide, era "a pior prisão do fascismo", onde permaneciam "em condições indescritíveis" os presos políticos que se encontravam em fase de interrogatório.
Uma determinada brigada dessa horrenda policia veio mais uma vez vasculhar a casa onde moravamos, na Venda Nova á procura de material de propaganda politica que pudesse incriminar o José David, o meu pai. Eu era um pirralho, dizia a minha querida mãe quando contava esta história, deveria ter cerca de três anos, saltava constantemente para as cadeiras da sala e pulava para a mesa, barafustando e praguejando com tal gente, «Quero o meu Pai» era o que eu gritava, no meio de soluços, diz a minha mãe que um dos agentes perdeu a cabeça, se é que a tinha, e pregou-me um valente estalo, mas que eu mesmo assim não deixei de barafustar com tal gente.
São coisas que não esquecem e que fazem parte da minha memória, eis pois a razão porque me veio á ideia de deixar escrito neste meu blog tal acontecimento, para uns não terá qualquer valor, para mim marcou a minha infância, obrigou-me a crescer e a ser Homem.

sexta-feira

O meu gato Licas !!!

O Licas: foi o meu primeiro gato, era eu uma criança, com ele passei tempos que julgava já ter esquecido… mas não! É por isso que vou tentar contar alguma coisa sobre o Licas.
Era eu um puto, talvez com os meus cinco a sete anos, andava a brincar na rua e vi um fiel amigo a ladrar a um pobre bichano alaranjado, pequeno por tal sinal como eu, armado em salvador, coisa que ainda hoje tenho a mania, agarrei o pobre bichano e com ele espalmado contra o peito, e com o cão a ladrar nas minhas canelas, lá consegui bater à porta de casa, escusado será dizer que todo eu era arranhões com algum sangue à mistura, a minha mãe julgava que era um Cristo, ficou sem saber se me havia de dar uma sova pelo disparate cometido, ou tratar-me dos arranhões, a verdade é que o dito bichano depois do meu choramingar, teve autorização para ficar lá em casa, mal ele sabia o que o esperava, começou por ser baptizado com o nome de Licas.

O Licas, não era um gato normal e verão porquê:
Dormia comigo, mas ao contrário dos gatos normais que se enroscam e dormem ao fundo da cama, este deitava-se dentro da roupa todo estendido, como se de um adulto se tratasse.Brincávamos muito, os meus pais iam trabalhar e eu ficava com o Licas, tinha com ele brincadeiras, umas normais, outras animalescas, uma delas a que me está mais fresca na memória, isto porque já lá vão uns bons cinquenta anos…., era meter o Licas numa meia velha da minha mãe, daquelas que se faziam as bolas de trapo, e atirava o pobre gato pelo chão da pequena sala de jantar, vezes sem conta, mas a verdade é que ele não se zangava e alinhava com o traquinas do dono.

Uma outra brincadeira que tinha com o Licas, era deveras impressionante, eu estendia-me no chão da cozinha fazendo-me de morto, o gato começava a andar á minha volta e quando pensava, julgo eu, que alguma coisa não estava bem, começa a morder-me na cabeça até eu deixar de fingir de morto.O Licas era sempre quem pagava as favas dos meus desvarios, quando eu partia alguma coisa não era eu…. era o Licas. Lembro-me perfeitamente, a minha mãe tinha-me dado um tipo de metralhadora de plástico que atirava berlindes, a dita metralhadora partiu-se, estragada por mim claro, mas quando a minha mãe me ralhou quem pagou as favas foi o Licas, ainda hoje recordo a minha saudosa mãe a contar a história, a choramingar dizia eu: «foi o Licas mãe, foi o Licas que estragou a metralhadora».
Não sei se estão recordados que as portas da rua que tinham casas baixas, tinham quase todas umas mãozinhas, que serviam para bater á porta, bem o Licas pregou sustos enormes à minha pobre mãe, e porquê? O meu pai republicano dos sete costados era visitado com bastante regularidade pela maldita polícia da Pide, que o vinha prender de noite, eram educados batiam à porta, umas vezes com a mãozinha outras com os pés. Não é que o Licas quando ia passear de noite, fazer as suas visitas, ao regressar tinha o hábito de bater à porta com a dita mãozinha, esticava-se todo e largava a mãozinha, ou seja batia à porta. A minha mãe levantava-se e abria o postigo só que não via ninguém, estão mesmo a calcular o que a pobre da minha mãe sofria, até que um dia lá se descobriu que era o Licas, o visitante nocturno.
Com o decorrer do tempo, as brincadeiras e as atenções com o Licas foram acabando, saía cedo de casa para o trabalho e como estudava à noite, mal via o Licas. Um dia sei que cheguei a casa e o Licas bichanou imensas vezes com muitas turras nas minhas pernas, já era velhote, eu não percebi ou talvez não tenha ligado, abalou e nunca mais o vi, mais tarde a minha mãe é que me disse que tinha morrido num dos telhados da rua.
Obrigado Licas por tudo.

As Quatro estações da Infância

Quando se fala das quatro estações, todos decerto se lembram das estações do tempo, tais como a Primavera, o Verão, o Outono, e o Inverno, a verdade é que eu não me quero referir a essas estações, prefiro recordar-me, enquanto posso, das estações da minha infância e de muitos de vós, o berlinde, o pião, as caricas, e o hóquei, marcavam o calendário das brincadeiras da rapaziada, claro que havia muitas mais como o salto ao eixo, o jogo do botão, mas o engraçado era a exactidão e a cronologia como as mesmas começavam, sempre a horas, era como se de um relógio suiço se tratasse, a rapaziada sabia seleccionar as estações da brincadeira, dividindo com clareza o tempo.Vou tentar descrever algumas das estações da minha e da nossa infância. Com o tempo, prometo ir fazendo novas postagens, a prosa não será a melhor, mas vai-se tentando melhorar, foram muitos anos parados.

Hóquei sem Sapatos !!!

Hóquei em Patins, modalidade da altura, talvez mais importante que o futebol, era uma alegria, tinha um pequeno senão, não havia patins, era hóquei em sapatos como as minhas filhas se habituaram a chamar.Aqui meus caros, tinha umas certas peneiras, tive a honra de jogar ao lado de alguns que foram dos maiores na modalidade, lembram-se do saudoso Livramento, e do Ramalhete, pois faziam sempre parte da minha equipa. A bola, normalmente era fanada nos matraquilhos, os sticks eram feitos de tábuas de caixotes de sabão, raramente aguentavam um jogo, mas já na altura havia quem conseguisse arranjar no conhecido FóFó, sticks gastos das equipas de hóquei, as caneleiras eram um espectáculo, na vespera dos jogos importantes a rapaziada ia cortar as piteiras, deixava-as de molho a escorrer aquela água leitosa, depois era só entrelaçar os cordões dos xanatos, como devem calcular não faltavam as famosas borbulhas após os jogos, desculpem a modéstia eu jogava sempre ao lado do Livramento ou, a guarda redes quando o Ramalhete não podia e diz a rapaziada da altura que era mesmo bom.

A Carica !!!!

A Carica: era um dos meus passatempos favoritos. A carica era e é, caso não se lembrem, a tampa da garrafa de uma cerveja ou de um sumo. A época da carica chegava quase sempre com o início do ciclismo, recortava-se a figura do ciclista favorito em redondo, e colocava-se na carica, especialmente cheia de plasticina. Depois com as mãos fazia-se uma pista nas estradas de terra, era pois um abrir de pistas nas ruas empoeiradas da altura, no meu sitío, às portas de Lisboa só existia uma estrada com uma espécie de alcatrão, essas pistas faziam-se unindo as mãos, que serviam para abrir caminhos ente a terra que cobria as ruas, depois imperava a habilidade de cada um, especialmente ao fazer as curvas, a carica era impulsionada pelo dedo médio que agia numa espécie de mola com o polegar, era um jogo porreiro. Mas para quem se lembra desse tempo, havia também as caricas cheias de plasticina com a foto dos jogadores das equipas mais conhecidas, e era cada jogo nos vãos das escadas que duravam até sermos corridos pelos Cotas da altura, que não compreendiam a rapaziada.

O Pião !!!

O Pião: um divertimento deveras infantil, existia para todos os gostos, até uns que em vez da ponta de metal tinham uma cavilha, pois é verdade já nessa altura se cultivava o poder do deita abaixo. Havia um puto na minha rua cuja alcunha era o Zé tira a Mona, que aparecia com uns piões todo o terreno, artilhados com uns parafusos aterradores, e era uma pena ver o descacar dos pobres piões perdedores, acompanhados por vezes de alguns soluços.O pião, para aqueles que não se lembram, era um objeto cônico, geralmente de madeira, com uma ponta de metal e era lançado com ajuda de um fio que o fazia girar. Sabiam que os piões são conhecidos desde a antiguidade, tendo sido encontrados piões de argila, decorados, originários da Babilónia. Podia ser jogado simplesmente pelo prazer individual de jogá-lo. Mas, havia um jogo, que se jogava a valer, isto é, para ganhar ou perder o pião. Fazia-se um círculo (um metro de diâmetro) aproximadamente, com um risco no chão (não havia alcatrão, a terra era rainha...) e cada jogador "apanhava" um pião dentro do círculo, jogando com outro. O jogo consistia em jogar o pião dentro do círculo, sobre os que lá estavam e, com habilidade, puxá-lo para fora do mesmo. Se lá ficasse, estava perdido; se com o bater no chão retirasse qualquer outro pião de lá de dentro, o pião resgatado estava ganho! Havia outro jogo, que já não me recordo o nome, aliás uma das essências do jogo de pião, consistia em jogar o pião no chão e apanhá-lo com a mão, recolhendo-o (em regra) por entre os dedos indicador e médio, ganhava quem ficasse mais tempo com o pião a rodar na mão, quando este parava de rodar "morria"!! Havia uma variação muito bonita, cada jogador atirava o pião e, sem que ele batesse no chão, puxava-o de volta ao corpo apanhando-o no ar. O interessante é que o pião apanhado dava origem a um jogo de "descasca", que consistia no seguinte: marcava-se um campo de tamanho combinado, o meio desse campo e dois "círculos" de dois palmos nas extremidades, uma bola de matrecos era colocada no meio, dado o sinal, os jogadores (um ou mais de cada lado) jogavam os piões que batiam na bola de matrecos, impulsionando-a em direção ao círculo. Lembro-me de piões altos, esguios, eram muito bons para a "descasca", os mais "chatos" (bojudos e pesados) eram óptimos para "descascar nos outros". Bons tempos, e que saudades do meu pião, um belíssimo e gordo pião com um bico de parafuso dourado, com o qual eu alegremente "descascava" nos jogos da "descasca". Interessante lembrar que o piões "baixos e gordos" eram menos rápidos e ágeis que os esguios, "morriam" mais depressa. Mas, por serem mais pesados, eram óptimos para o jogo da "descasca"; então era necessário ser rápido para aproveitar a jogada. Eu não jogava a "descasca" no chão, apanhava-o no ar, bons tempos.

O Berlinde !!!

O Berlinde: mais conhecido pelo Bilas, era jogado com três covinhas, seleccionadas consoante o passo do jogador e depois lá começavamos a caça ao berlinde de cada um, o pior é quando aparecia um mais espigadote e com a sua colecção de abafadores cheios de cores, tramavam os mais putos, ou seja "abafavam" os berlindes mais pequenos, já nesse tempo a vida era dificil para os mais novos. Aqui descrevo algumas das variantes que me lembram do Bilas.Três Covinhas - esta variante consistia em fazer um percurso de ida e volta no qual o jogador tinha que colocar o seu berlinde dentro de cada cova, podendo também acertar nos berlindes dos adversários, afastando-os das covas por forma a dificultar as suas jogadas. O vencedor ganhava o número de berlindes pré-estabelecido antes do jogo.Jogo do Mata - consistia no uso de apenas o berlinde principal (berlinde grande). Com um número de jogadores ilimitado, o objectivo era num espaço aberto, tentar acertar com o nosso berlinde num qualquer outro berlinde adversário. Se conseguisse recebia um ou mais berlindes do adversário (conforme acordado) e o jogo continuava com nova jogada. Em caso de insucesso passava a vez ao próximo jogador. O jogo só terminava por vontade dos jogadores.Círculo - era riscado um círculo no chão, onde os jogadores colocavam um número predeterminado de berlindes, distribuído à vontade de cada jogador. Sorteado quem iniciava o jogo, com o seu berlinde a uma distância também predeterminada tentava-se tirar do círculo a maior quantidade de berlindes, que passavam a ser do jogador. Se errasse passava, se o berlinde do jogador ficava no círculo perdia o berlinde.

Aqui está um desafio Serrano !!!

Pois é caros Amigos aqui está mais um desafio, como estou entre dois amores … faz lembrar o outro, o meu Pai era um grande Alentejano, a ninha Mãe uma verdadeira Serrana e o Pulanito o maior especialista em crónicas Alentejanas, remédio o meu senão virar-me para as paisagens serranas, depois desta introdução algo louca, cá estou eu a lançar o repto,
aos amigos dos meus amigos, para um dia de passeio pelas belas paisagens
da Serra da Estrela, a ideia é simples, sair dos Algarves a uma sexta-feira,
dormitar em sitio a combinar … de preferência de borla … caminhar durante
o dia de sábado pela serra, tendo como guia o meu grande amigo Francisco, comer um bom cabrito ao entardecer, dormir se possível, e arrancar para o Algarve. Será que estou louco, ou a ideia têm pernas para andar?
Cuidado pois o meu grande Amigo Francisco diz que: «se os figurantes forem jarretas, só pode ser três a quatro horas de caminhada no máximo! Se estiverem todos bem fisicamente, pode ser o dia todo» Quem quer responder a esta provocação do Francisco?

Inicio da História !!!





Aqui começou a história da familia do MoKuna com esta simples assuinatura, deu-se inicio a uma nova vida, para começar vieram as indias.






depois o meu Genro. O Rui mais conhecido pelo Vazelinas, SLB dos sete costados.

Os cães, os gatos. E falta um, mas não tenho autorização de publicar, advinhem pois quem é ?

ZORBA o Serrano


Cá estou eu o Zorba, os meus pais são oriundos da Serra da Estrela, ambos com pedigree, eu degenerei no nascimento, fui nascer em Almodovar, mas mantive a linhagem.
Imigrei ainda não tinha um mês para os Algarves, mais propriamente para Montechoro, perto de Albufeira até ao momento ainda não vi aquilo a que chamam praia, e muito menos a night de Albufeira, bem com donos destes não admira, não saiem da casota nem para uma voltinha e depois dizem que querem dar uma volta com um tal Pulanito que passa a vida a papar kms de bicicleta pelos Alentejos.

A razão porque decidi aparecer nesta coisa do «blogcanil» deve-se á inercia dos meus donos, assim como a idade, sim a idade, não se riam, já cá cantam quatro anecos e até ao momento nada, mesmo nadinha, compreendem não é verdade ? Será que algum dos «cybercanitos» que lêm estas coisas, têm uma amiga que se queira divertir um pouco, pr exemplo, a catar pulgas.
Pertenço a uma linhagem séria, não bebo, não fumo, e só de vez em quando petisco uns queijitos perdidos pela mansão, o último dizem os forretas dos meus donos que tinha dois quilos, vejam lá, que grande coisa dois kilitos.
Tenho duas amigas, chatas como tudo, mas não quero que me instaurem um processo de pedófilia, ainda por cima com estas baixotas.
Não se esqueçam, cá fico á espera, como não sou racista informo que convivo com todas as raças.

O porquê do Mokuna !!!

Certo dia, chegou um jogador famoso ao Sporting vindo da Républica do Congo, de nome Mokuna e de alcunha o Fura-Redes.
Um jogador deveras possante que chutava muito forte, mas sempre para onde estivesse virado. Os adeptos e os técnicos da altura esperavam que com os treinos o Mokuna pudesse vir a melhorar a sua técnica, qual quê, nunca veio a acontecer. Um dia, recordo-me como se fosse hoje, marcou um livre num local próximo da grande área, tomou imenso balanço e chutou, a barreira encolheu-se e o guarda redes também, era humanamente impossível não ter receio daquele tiro de canhão, e foi golo !!!
Não me recordo se marcou mais algum golo, e nem sei se chegou a furar as redes. Nunca vi nada igual, até hoje.
Acho que não vale a pena contar mais nada, eu era assim, e o Mokuna era meu irmão no jeito de jogar futebol, fiquei pois conhecido como o Mokuna entre a malta da minha infância.