segunda-feira

Sabem quanto ganham ?

Os deputados, ministros, secretários de Estado, etc. sabem quanto ganham os elementos do Conselho de Administração do Banco de Portugal. Quem não sabe e os políticos pretendem que não seja conhecedor é o povo.

Os partidos políticos neste país têm servido fundamentalmente para uma cambada de oportunistas incompetentes conseguir ser nomeada para cargos a que por competência e mérito próprios nunca teriam acesso.
O Estado deveria ser uma entidade para gerir eficientemente os bens públicos em benefício do seu proprietário colectivo - o povo português - e simultâneamente regular dum modo isento e independente as relações entre os cidadãos.
Ao invés disso transformou-se numa imensa máquina de extorsão de dinheiro aos portugueses que nos está a levar a todos à ruína. E esse dinheiro extorquido aos contribuintes é sempre distribuído em benefício dos mesmos: os políticos e seus protegidos.
Só para ter ideia até que ponto estamos a ser explorados compare com a situação aqui ao lado em Espanha em que em sede de IVA enquanto nós pagamos 21% eles pagam apenas 16%. Em sede de IRS a diferença ainda é mais escandalosa. Segundo li num jornal diário da semana passada, em Espanha os contribuintes que ganhem menos de 16000,00€ / ano (ou 265 contos/mês) estão isentos de IRS. Só a partir desse valor é que os contribuintes começam a pagar IRS. Agora compare com a quantidade de IRS paga em Portugal para o mesmo rendimento.
Em sede do Imposto Municipal de Imóveis estamos também a ser roubados. O Decreto-Lei 287/2003 aprovado pela então Ministra das Finanças, a Dra. Manuela Ferreira Leite, veio criar condições ainda mais difíceis à vida dos portugueses. Conheço casos de apartamentos que já estão a pagar cerca de 1 200,00 € / ano de IMI. Mais grave ainda é o caso das moradias em que num caso que eu conheço o proprietário já foi obrigado a vender por não conseguir pagar o valor de IMI que as Finanças lhe atribuíram, cerca de 2300,00€ / ano. Quanto aos proprietários de imóveis que ainda pagam valores de IMI inferiores a 500,00€ / ano, eles que se acautelem, porque os imóveis ainda não foram reavaliados (o prazo em que as Finanças prevêem fazê-lo é de 10 anos) logo que seja efectuada a sua reavaliação irão começar a pagar valores da mesma ordem de grandeza. E estou a falar de habitações perfeitamente vulgares.
Por comparação com o caso português, um emigrante com quem estive hoje paga de uma moradia grande de que é proprietário no Luxemburgo, simplesmente o país com maior rendimento per capita da UE, apenas 70,00€ / ano de imposto sobre imóveis ao Estado luxemburguês. Compare agora com os milhares de euros cobrados pelo Estado português!
Portugal
Luxemburgo
Salário médio
645,00 €
3 213,00 €
IMI da moradia
2300,00 €
70,00 €
Valor do IMI em % do salário médio
356 %
2 %
Em termos práticos significa que enquanto o português médio tem de trabalhar três meses e meio só para pagar os impostos anuais relativos à moradia, ao luxemburguês médio bastam-lhe apenas três horas e meia de trabalho para pagar o imposto equivalente. Será isto a famosa justiça social que os nossos governantes já andam a apregoar há tantos anos?
O que nos estão a fazer é imoral meu amigo. Comprámos casas para não estarmos a pagar renda a um senhorio e em vez disso a partir do infame decreto-lei da Dra. Ferreira Leite iremos ser obrigados a pagar renda ao Estado.
A situação de pobreza de uma parte da população é substancialmente mais grave do que aquilo que os nossos governantes querem fazer crer à opinião pública. Só no ano de 2006, 100 000 portugueses foram forçados a emigrar por não terem trabalho cá.
A estes juntam-se mais 80 000 que continuam a residir em Portugal mas já trabalham em Espanha durante a semana.
Se adicionarmos estes 180 000 emigrantes forçados aos mais de 400 000 desempregados oficiais concluímos que o número de desempregados ultrapassa já largamente os 600 000! Só não se nota nas estatísticas porque ESTAMOS A EXPORTAR DESEMPREGADOS!
A estes infelizes contrapõe-se uma minoria sem qualquer mérito que está cada vez mais rica fazendo negócios com o Estado, sob a protecção do Estado, ou favorecidos pelo Estado (vide empresas de obras públicas, telecomunicações, energia, banca, etc.), usufruindo de um regime de monopólio ou quase que lhes permite cobrar os preços que querem (normalmente exorbitantes) aos consumidores os quais são forçados a ser seus clientes porque não têm outra alternativa.
Muitas dessas situações não são noticiadas pelos média, porque não vendem jornais, e a insistência na sua publicação só iria fazer baixar as tiragens. A nível noticioso, o país está-se a transformar num jardim de infância para adultos, em que o povo prefere andar a ler a Caras ou outras revistas cor de rosa para saber quem vai para a cama com quem, do que informar-se, pronunciar-se e revoltar-se quando a sua qualidade de vida está em degradação permanente e acentuada.

É este o retrato dos portugueses. São explorados economicamente, maltratados pelos agentes do Estado, escarnecidos pelos políticos, desprezados pelos oligarcas, mas devido às sistemáticas operações de marketing, propaganda, manipulação dos media e contra informação efectuada pelos políticos, parte da população ainda anda satisfeita porque julga viver num cantinho do céu.
Como diz o ditado popular, pobretes mas alegretes.
Contudo, nem todos andam satisfeitos. Para os mais atentos à situação social deste país o estado de espírito é de revolta e indignação pela situação degradante em que as suas vidas caíram. É neste momento evidente para essa franja mais atenta e desfavorecida da população que foi criado em Portugal um grande laço que está a estrangular a carteira e principalmente o cérebro dos portugueses.
Caso nada seja feito para o contrariar, Portugal caminha a passos largos para um regime totalitário de pensamento único, infestado de bufos e delatores sempre prontos a denunciar os contestatários às autoridades na esperança de serem promovidos, onde os ingénuos serão manipulados com operações de marketing, os discordantes serão descredibilizados com manobras de contra-informação nos media, os recalcitrantes serão perseguidos até deixarem de reclamar, e praticamente todos os cidadãos irão perder a liberdade de pensamento, expressão e actuação, continuam a ter deveres, mas deixaram de ter direitos. Por isso meu amigo, o futuro da situação dos direitos e liberdades individuais deste país também não se augura brilhante.
Isto é uma realidade que neste momento ainda não é apercebida por todos. Muitos dos desatentos e inconscientes, onde eu próprio até há pouco tempo me incluía também, só se irão aperceber do que está a suceder quando começarem eles próprios a sofrer arbitrariedades na pele.
Ninguém é inocente em relação ao descalabro a que as coisas estão a chegar, mas alguns serão mais culpados que outros!
Quero esclarecer que até ao presente também eu fui um dos cidadãos vítima de abusos e prepotências e que se calaram. Agora estou farto e para mim chegou a altura de dizer BASTA!
O Estado português está infiltrado por uma máfia de crápulas sem escrúpulos, moral ou princípios, que está a prejudicar gravemente e a fazer a vida negra aos seus concidadãos!
Só livrando-nos deles, revogando toda a legislação danosa e de favor aprovada, e denunciando contratos ruinosos, poderemos finalmente aspirar neste país a ter uma vida digna de ser vivida!
A VERDADE é importante para denunciar, debater e moralizar. Mas se não conseguirmos modificar o regime, será apenas mais uma voz a bradar no deserto e todo o esforço feito terá sido em vão.
Já temos a força da razão. Mas para modificar o que está mal precisamos também de ter a força do número. Para isso é importante angariarmos militantes inteligentes, críticos, interventivos e disciplinados, que queiram empenhar-se civicamente na modificação do regime.
Só com um movimento cívico forte, organizado, disciplinado e determinado conseguiremos modificar o regime.
Será que ainda iremos a tempo? Sinceramente não sei. Só sei que vou lutar pela minha liberdade. E pelo que me está a ser negado em Portugal: a possibilidade de ter uma vida digna. Porque adoro este país e não quero ser mais um dos infelizes obrigados a emigrar. E espero que ao lerem as newsletters mais cidadãos inconformados se unam a mim numa luta por um futuro digno e humano neste país.
Se o ambiente actual que se vive no país é de dificuldades e intimidação, o futuro que nos preparam é de miséria e opressão. E nós merecemos melhor

2 comentários:

Ana Carvalho disse...

Vi o seu blog no "colheita 63" e vim espreitar - e gostei do que vi!
Concordo de todo consigo, mas onde estão as centenas de portugueses informados e com vontade de "fazer a diferença?"

Alberto David disse...

Caro Amigo, o meu obrigado pela visita a este pequeno espaço onde na maioria escrevo ao sabor da corrente, ou seja da disposição, a verdade
e que continuamos a praticar a teia do obscurabtismo, cabe a todos que não se vêm nesse espaço, divulgar a mensahem, e meu caro Amigo o "cantaro tantas vezes vai á fonte que um dia lá fica a asa" e acredite que um dia muitos de nós acordaremos. Um abraço amigo