quarta-feira

Quando Me Amei de Verdade

Quando Me Amei de Verdade


´´Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar.

Hoje, eu sei que isso se chama

Auto-Estima.

Quando me amei de verdade,
pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passam de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje, sei que isso se chama

Autenticidade.

Quando me amei de verdade,
parei de desejar que a minha vida fosse diferente, e, comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje sei que isto se chama

Amadurecimento.

Quando me amei de verdade,
deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero, e, no meu próprio ritmo.
Hoje, sei que isso é

Simplicidade.

Quando me amei de verdade,
desisti de querer ter sempre razão, e com isso, errei muito menos vezes.
Hoje, sei que isso é

Humildade.

Quando me amei de verdade,
desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro.
Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje, vivo um dia de cada vez.
Isso é

Plenitude.

Quando me amei de verdade,
percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar.
Mas, quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é

Saber Viver.

Não devemos ter medo dos confrontos.
Até os planetas de chocam e do caos nascem as estrelas.´´

Autor Charles Chaplin

terça-feira

Dia Internacional da Poesia, 21 Março

"Poema da malta das naus"

Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do Sol.

Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo.
pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.

Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das prais
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.

Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me a gengivas,
apodreci de escorbuto.

Com a mão esquerda benzi-me,
com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.

Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.

Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.

Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
do sonho, esse, fui eu.

O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.


António Gedeão in "Teatro do Mundo", 1958~
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Poeta, professor e historiador da ciência portuguesa. António Gedeão, pseudónimo de Rómulo de Carvalho, concluiu, no Porto, o curso de Ciências Físico-Químicas, exercendo depois a actividade de docente. Teve um papel importante na divulgação de temas científicos, colaborando em revistas da especialidade e organizando obras no campo da história das ciências e das instituições, como A Actividade Pedagógica da Academia das Ciências de Lisboa nos Séculos XVIII e XIX. Publicou ainda outros estudos, como História da Fundação do Colégio Real dos Nobres de Lisboa (1959), O Sentido Científico em Bocage (1965) e Relações entre Portugal e a Rússia no Século XVIII (1979).
Revelou-se como poeta apenas em 1956, com a obra Movimento Perpétuo. A esta viriam juntar-se outras obras, como Teatro do Mundo (1958), Máquina de Fogo (1961), Poema para Galileu (1964), Linhas de Força (1967) e ainda Poemas Póstumos (1983) e Novos Poemas Póstumos (1990). Na sua poesia, reunida também em Poesias Completas (1964), as fontes de inspiração são heterogéneas e equilibradas de modo original pelo homem que, com um rigor científico, nos comunica o sofrimento alheio, ou a constatação da solidão humana, muitas vezes com surpreendente ironia. Alguns dos seus textos poéticos foram aproveitados para músicas de intervenção.
Em 1963 publicou a peça de teatro RTX 78/24 (1963) e dez anos depois a sua primeira obra de ficção, A Poltrona e Outras Novelas (1973). Na data do seu nonagésimo aniversário, António Gedeão foi alvo de uma homenagem nacional, tendo sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Sant'iago de Espada.

sábado

MUSICA para o fim de semana!!


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EL PASTOR SOLITARIO -zamfir - MUSICA CLASSICA

Dedicado ao meu Pai !!

Roseira, botão de gente...

A força
Que eu tive no momento
Tecendo o teu corpo
A primeira vez
Está agora no teu ventre
Em movimento
No filho que a gente fez

Depois irá pouco a pouco
Ficando maior
Por dentro de ti
E o teu corpo me segreda
Quando o toco
Que o meu filho está ali

Eu fui a semente
Tu és o canteiro
Dum cravo de carne
Que tem o meu cheiro

Eu fui o arado
Tu és a seara
Seara de trigo sem fim
Seara lavrada por mim

O que um homem sente
Quando a companheira
Dá flor no presente
Para a vida inteira
É como como se o sangue fosse uma fogueira

Roseira, botão de gente
Rosa da minha roseira
A vida que tece outra vida
É vida parida
É vida maior
Tens agora a palpitar
A minha vida
No teu ventre, meu amor

Depois
O sangue dos dois
Será vida nova
Será uma flor
Flor de carne a despontar na primavera
Do teu ventre, meu amor
*
José Carlos Ary dos santos

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Já vai longe o tempo em que te perdi, mas esquecer-te como o Grande Homem que foste é impossível, tudo que me ensinaste, tudo o que sofreste nas tuas lutas contra os Vampiros desta terra, fizeram de mim um Homem. Acredito que vais gostar deste poema que escolhi para ti. Um beijo de amor do filho que não te esquece, e que continua fiel á tua mensagem "Filho eu sou o que sou, tu decidirás, o que queres ser". Obrigado por essa mensagem, que só por si define o Grande Homem que foste, só me resta agradecer-te por teres sido MEU PAI.

Uma pequena Homenagem a Ary

Poeta Castrado, Não!

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
--- é tão vulgar que nos cansa ---
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
--- a morte é branda e letal ---
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
--- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
--- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

José Carlos Ary dos Santos

quinta-feira

Bocage - (PEC)


Por cá andaste em tempos de crise...
não obstante a corte se banhasse em ouro
e o Marquês encetasse radicais reformas
O teu olhar arguto, condoído e satírico
fazia da pena a arma de um povo,
hostilizado e faminto, bramindo a impotência
E tu poeta, detentor de tamanho talento,
no pleno uso da tua audaz eloquência
denunciavas e muitos incomodavas
com o teu cunho de maledicência.
-

segunda-feira

Dia Internacional da Mulher


Para comemorar este dia escolhi um poema de Florbela Espanca, uma grande figura feminina das primeiras décadas da literatura portuguesa do século XX. Florbela retrata na sua poesia uma imensa ternura e um desejo de felicidade e plenitude que é comum a todas as mulheres.

Os versos que te fiz
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que a minha boca tem pra te dizer!
São talhados em mármore de Paros
Cinzelados por mim pra te oferecer.

Têm dolência de veludos caros,
São como sedas pálidas a arder...
Deixa dizer-te os lindos versos raros
Que foram feitos pra te endoidecer!

Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda...
Que a boca da mulher é sempre linda
Se dentro guarda um verso que não diz!

Amo-te tanto! E nunca te beijei...
E nesse beijo, Amor, que eu te não dei
Guardo os versos mais lindos que te fiz!

Florbela Espanca

A minha Lisboa........



Quando coloquei este video no Youtube nunca me passou pela cabeça obter 285 avaliações e ter 164922 visitas.

sexta-feira

Esculturas em Papel


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Realizado por A.David
Conversão de um ficheiro PowerPoint para Video

Adeus......


Adeus

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.

Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

POEMA DA DESPEDIDA

POEMA DA DESPEDIDA

Não saberei nunca
dizer adeus

Afinal,
só os mortos sabem morrer

Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser

Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo

Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos

Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca

Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.

Mia Couto

quinta-feira

Merece ser lido com atenção!!!




A BUFARIA por Marinho Pinto em JN 2010.02.14

O caso Mário Crespo não é um problema de liberdade de informação, mas (mais) um sintoma da degradação a que chegou a comunicação social. Uma conversa privada do primeiro-ministro, num restaurante, sobre um jornalista que há anos o critica publicamente, é prontamente denunciada ao visado que logo tenta criar um escândalo político.
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Sublinhe-se que ambos são figuras públicas com direito a terem, uma da outra, as opiniões que entenderem. Apenas com um senão: nem José Sócrates poderá usar os seus poderes de primeiro-ministro para perseguir o jornalista Mário Crespo, nem este deverá usar os meios de que dispõe como jornalista para perseguir o primeiro-ministro.
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Porém, os jornalistas, em geral, julgam-se no direito de publicar as opiniões que quiserem (por mais ofensivas que sejam) sobre os governantes (mesmo violando as regras éticas do jornalismo), porque entendem que isso é direito de informar. Mas se os visados emitirem a mais leve opinião sobre esses jornalistas isso é um ataque à liberdade de informação.
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O jornalismo português tem vindo a degradar-se por falta de referências éticas. Hoje, tudo vale para obter informações, incluindo o recurso a "bufos". Nos tempos do Estado Novo usava-se esse termo para designar as pessoas que davam informações à polícia política sem que ninguém desconfiasse delas. Geralmente eram da confiança das vítimas. Faziam delação às escondidas, por dinheiro ou simplesmente para tramar os visados. Agora continua-se a denunciar pessoas a quem as possa tramar. Os "bufos" são os informadores privilegiados dessa nova polícia de costumes em que se transformaram certos órgãos de informação de Lisboa.
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Vejamos alguns exemplos. Há alguns anos, um político e professor universitário (Sousa Franco), por sinal meio surdo, conversava tranquilamente num restaurante. Numa mesa ao lado, uma jornalista (talvez disfarçada de costeleta de borrego) tomava notas da conversa, sem que os visados se apercebessem. Dias depois o teor da conversa era manchete num semanário de Lisboa. Também há alguns anos, um professor do ensino secundário (Fernando Charrua), conversando com um colega no gabinete deste, emitiu sobre o primeiro-ministro uma daquelas opiniões que só se expressam em conversas privadas. Pois, logo o colega o foi denunciar aos superiores hierárquicos. O mesmo aconteceu com um juiz conselheiro que, numa conversa a dois com um colega, emitira o mesmo tipo de opinião sobre o Conselho Superior da Magistratura. Logo o colega o foi denunciar ao CSM. Mais recentemente, um magistrado do Ministério Público que, durante um almoço com dois colegas, opinara sobre um processo de que estes eram titulares foi de imediato denunciado por os ter "pressionado".
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Hoje não se pode estar à vontade num restaurante, porque ao lado pode estar um "bufo" a ouvir a conversa para a ir relatar ao seu tablóide preferido. Até a factura da refeição pode ser útil para o mesmo fim. A privacidade deixou de ter qualquer respeito ou protecção. Os meus rendimentos, constantes da minha declaração de IRS, foram obtidos ilicitamente nas finanças e andaram a ser oferecidos a alguns jornalistas de Lisboa até que um deles os publicou. Tudo para tentar desqualificar-me como advogado, mostrando que, supostamente, eu ganhava mais como jornalista.
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A sordidez desse tipo de jornalismo traz-me à memória um episódio ocorrido há cerca de 20 anos em que se chegou ao ponto de tentar fazer uma notícia sobre uma consulta de ginecologia de uma dirigente política, que na altura desempenhava funções governamentais. Tudo isso é possível porque o jornalismo está em roda livre, sem qualquer regulação e a própria justiça, em vez de corrigir esses desvarios, coonesta-os e acaba por também recorrer a eles.
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Por mim tomei vários cuidados. Evito conversas em restaurantes, já não falo ao telefone e mesmo no meu escritório já tomei as devidas precauções. Perdi toda a confiança nas comunicações em Portugal porque a deriva fundamentalista e justiceira de muitos dos nossos magistrados mostra que qualquer pessoa pode estar sob escuta, incluindo as mais altas figuras do Estado. Por isso, não falar ao telefone é hoje um gesto tão prudente como o era no tempo da ditadura. E mesmo como advogado, já retirei do meu escritório quaisquer elementos que possam ser usados contra alguns dos meus clientes, pois é normal em Portugal fazerem-se buscas a escritórios de advogados, com mandados em branco, ou seja, com ordem para apreender tudo o que possa ajudar a incriminar os seus constituintes.
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O Meu Comentário - Os partidos da Direita, abrigam ainda muitos saudosistas dos métodos fascistas que, são aproveitados hipocritamente pelo BE de braço dado com o PCP, para montar o circo de tentativa de descrédito do Governo, formado pelo partido que ganhou democraticamente as eleições Legislativas. A antiga PIDE não faria melhor que esta nova PIDE constituída por jornaleiros, alguns pseudomagistrados, pseudojuizes, apoiados por deputados frustrados, que por incompetência ou incapacidade não conseguem acompanhar o sucesso dos outros. Eles podem dizer o que querem, quando querem e onde querem, o PM não pode ter opinião sobre quem o critica, insulta, enxovalha e difama, logo está a conspirar. Haja paciência!
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Da minha responsabilidade:

E Dizem k andaste a angariar rapazinhos para a Renamo. Telhados de vidro ?
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quarta-feira

AH, POIS É !!! É O PAÍS QUE TEMOS !!!

Isto não pode ser permitido!!!!

Quando o magistrado Rui Teixeira é vetado para uma promoção a que tem direito pela nota meritória da sua avaliação, certamente por ter cometido o erro??!! De mandar prender suspeitos de pedofilia, pasmem meus senhores , pois neste mesmo país, o NOSSO, o acisado pedófilo Hugo Marçal vai poder frequentar um estágio para Juiz...

Custa acreditar. Mas, o melhor, para quem tem dúvida, é consultar o Diário da República. Isto é uma vergonha.

Meu pobre país, para onde vais!!!...

Escandaloso: HUGO MARÇAL ... JUÍZ ...!!! Digam-me que isto é mentira!!!!!
Hugo Marçal.... JUÍZ!!!!
Este processo das crianças violadas vai mesmo ficar em "águas de bacalhau". É incrível a passividade do povo português face a este escândalo da pedofilia. Tem que se fazer justiça!

"Hugo Marçal está em vias de ser admitido a frequentar o curso de auditor de justiça do Centro de Estudos Judiciários.
O nome do arguido no processo de pedofilia da Casa Pia vem publicado no Diário da República de ontem, entre centenas de candidatos a frequentar a escola que forma os juízes portugueses, mas ao contrário dos outros, Hugo Marçal não vai prestar provas....
Pelo facto de ser doutor em Direito - grau académico que terá obtido em Espanha - está por lei «isento da fase escrita e oral» e tem ainda «preferência sobre os restantes candidatos».
Resultado: O advogado de Elvas está na prática à beira de ser seleccionado para o curso que formará a próxima geração de magistrados!

O nome de Hugo Manuel S. Marçal surge na página 4961 do Diário da República - 2.ª série, com o número 802, na lista de candidatos a ingressar no CEJ .

Se concluir o curso com aproveitamento e iniciar uma carreira nos tribunais - primeiro como auditor de justiça, depois.... Como juiz de direito - Marçal terá também o privilégio de não ser julgado num tribunal de primeira instância.»
AH, POIS É !!!

É O PAÍS QUE TEMOS !!!
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segunda-feira

Poema


Para Ti

Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
toquei no nada
e para ti foi tudo

Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre

Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida

Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
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Madeira - Rocha Alta

A triste realidade da Serra de Água