segunda-feira

Inicio de mais uma aventura !!


Com este poema escrito em Setembro de 1966 com o pseudónimo de IGOR, vou tentar escrever o meu segundo livro cujo título deverá ser "Poemas, Histórias e Pinturas"., o primeiro jaz religiosamente na gavete á espera que os Euros para a edição apareçam.


Embondeiro

.. De clima tropical,
Xerófila vegetal,
Eu sou !
Eu sou...
De corpo cavernoso
E tronco garrafal
Enorme. Não formoso,
Árido, descomunal,
De ramos levantados,
(Erguidos pr'os céus)
Nus (de folhas despidos),
Rigando preces a Deus
Estou!
Às chuvas, aos ventos...
Titã rofo, rigente,
De andrajos vestido.
Meu fruto, meu rebento,
Em meus braços detido,
Lembra rato pendente
Pelo rabo sustido.
Em campo desolado
De vastidão sem fim,
Meu corpo se ergueu,
Cresceu... cresceu...
E a meu lado o capim.
Que tristeza! Que solidão!
Se me vem... olham... olham...
Miram... remiram e passam.
Desilusão!
Em minha sombra não descansam!
De corpo hirto descomunal,
Informe (por vezes rachado)...
Lanço os meus braços aos céus
E grito! Oh meu Deus
Antes fosse rasteiro
Pasto de animal!
Não! ... serei o que sou enorme...
Alto, disforme...
Até no nome sou enorme...
EMBONDEIRO!... EMBONDEIRO
Eu sou!

IGOR

(cópia do Jornal O Dragão nº 2 de Setembro de 1966)