domingo

Regresso? Ou talvez não?

Regresso?
Acho que voltei ao mundo da blogesfera. Saido do casulo, conquistando a Vida, desfazendo sonhos, criando realidades, de borboletas e flores.
Tentarei regressar mais poeta, sim, mas mais egoista. Cantado silenciosas canções de amor ao amor. Regresso com saudades também, dos amigos do FB que nunca o deixaram de ser. Uma linha aqui, outra acolá... Um puxão de orelhas hoje, uma mão estendida amanhã... Amigos presentes ou ausentes.
Acho que regresso, só, mas mais acompanhado que nunca, porque a companhia que trago desta vez, vem de dentro de mim.
Quer queira, quer não, preparo-me, porque quero regressar VITORIOSO!

Poesia!

Se, depois de eu morrer...

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.

Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza.

                                         Alberto Caeiro